Mulher, desde adolescente, aprende que, a partir da primeira menstruação, será necessário, de quando em quando, freqüentar um ginecologista para verificar a saúde dos órgãos reprodutores femininos, genitais e mamas. Essa consciência se intensifica na gravidez, para aquelas que optam em ser mãe, com freqüência assídua ao ginecologista/obstetra.

Mas, porque falar tanto de mulher, se estamos falando de doenças masculinas? Ora, por dois motivos básicos: eles têm que aprender com elas que é necessário também cuidar do seu órgão genital/reprodutor e adjacências. Ou seja, mesmo que não seja usual a ida ao urologista na adolescência e nos primeiros anos da vida adulta, esse hábito precisa mudar depois dos  40 anos, época em que podem aparecer os sinais das doenças do homem, as mais freqüentes que afetam a próstata, uma glândula com função reprodutora. Ela pode ser atingida por prostatites (infecções); tumores benignos (hiperplasia benigna); e tumores malignos, o temido câncer da próstata.

Os tumores benignos e as infecções causam dificuldades em urinar, retenção urinária com conseqüências como afastamento do trabalho para internação para cirurgias, prejudicando a qualidade de vida. Os quadros infecciosos podem ser resolvidos apenas com medicamentos. Já os tumores benignos podem ser tratados com medicação em mais de 80% dos casos. Se não tratados, podem evoluir e necessitar de cirurgia.
 
Câncer de próstata: diagnóstico precoce eleva chances de cura
O câncer da próstata é o mais freqüente câncer masculino após os tumores de pele e causa, atualmente, cerca de 8 mil mortes ao ano. De acordo com o urologista do Hospital e Maternidade São Camilo, Dr. Adriano Pinto, um novo caso é diagnosticado a cada hora. “Trata-se do mais freqüente no sexo masculino e sua prevalência aumenta com a idade, acometendo principalmente homens após os 40 anos. Dessa forma, representa a maior taxa de mortalidade dentre os tumores urogenitais”, afirma o médico.
As causas do aparecimento do tumor não são bem conhecidas, no entanto, sabe-se que alguns fatores podem estar associados ao aumento na taxa de incidência como fator genético, infecções recorrentes na glândula, a ação hormonal e alguns fatores dietéticos. Para o Dr. Adriano os cânceres de próstata são mais freqüentes nas famílias de pessoas em que já houve diagnóstico prévio de câncer de próstata. Por isso, se já houve algum caso na sua família, fique atento!
A próstata requer o toque retal e o preconceito atrapalha – A alta periculosidade, bem como a letalidade do tumor de próstata, mais uma vez, estão associadas ao estágio da doença no momento do diagnóstico. Ou seja: quanto mais cedo diagnosticar melhor. O Dr. Adriano informa que para o câncer de próstata em estágio inicial, as chances de cura giram em torno de 70%. “Em tese, 90% dos casos poderiam ser curados se diagnosticados a tempo”, comenta o médico.
O grande problema é que o diagnóstico do câncer de próstata é envolvido em preconceito em função de parte do exame ser o toque retal. Ele, bem como o exame de sangue para a dosagem do PSA sérico, são imprescindíveis para o diagnóstico inicial, que deve ser confirmado por uma biópsia.

O médico tranqüiliza os pacientes masculinos afirmando que o temido toque retal não é doloroso e muito menos demorado. “O urologista, por meio do toque retal, consegue perceber alterações texturais, de consistência, dos limites e da presença de nódulos na próstata”, afirma.

O Grupo de Tratamento das Patologias da Próstata do Hospital e Maternidade São Camilo conta com profissionais especializados pela Sociedade Brasileira de Urologia. O grupo mantém um programa de controle e tratamento das doenças da próstata com os mais recentes métodos em uma equipe multidisciplinar (fisioterapia, oncologia, radioterapia) e obtendo ótimos índices de resolução.
   
Testículos devem sempre ser apalpados – Diferentemente do câncer de próstata que acomete homens mais velhos, o de testículos ocorre em homens entre a segunda e a quarta décadas de vida. As manifestações clínicas iniciais do tumor são aumento do volume testicular, em geral um pouco doloroso ou até mesmo indolor. Por isso, a dica é sempre apalpar os testículos de modo a perceber qualquer alteração significativa. Se detectado em fase inicial, o câncer de testículos pode ter chance de cura em até 95%.
 
O Dr. Adriano alerta que tanto os tumores de próstata, testículos podem voltar a aparecer. é a chamada recidiva do câncer. “O paciente deve procurar ajuda de um médico especialista para evitar qualquer tipo de tratamento inadequado e, por conseqüência, a progressão da doença”, finaliza.

Fonte: www.saocamilo.com